19 de abril de 2011

2º História de um treinador

Mais uma historia que se passou num jogo muito importante.
O jogo era em nossa casa com uma equipa teoricamente inferior a nossa, mas já tinha-nos retirado 2 pontos na sua casa, por isso era impensável outro resultado que não fosse a vitória.

A par do que tinha acontecido na 1º volta entramos muito bem no jogo, criamos muitas oportunidades mas como diz o ditado “quem não marca! sofre…” foi isso mesmo que aconteceu, fomos para o intervalo a perder por 0-1.

Naquele momento tinha 15 minutos para puxar a equipa para cima, tinha de fazer algo mais do que corrigir aspectos tácticos.

Depois das respectivas correcções, decidi fazer a seguinte pergunta a todos os jogadores individualmente “ achas que temos condições para dar a volta ao resultado?” com o meu indicador fui correndo jogador a jogador e todos me respondem com uma voz potente que “SIM” excepto um jogador que me disse “acho muito difícil”. Naquele momento tive de parar um pouco para pensar, a minha parte mais sentimental dizia-me para substitui-lo, mas ao invés decidi mantê-lo em jogo e fiz um apelo à equipa para contrariarem esse jogador, para mostrar que ele estava errado e que até com menos um jogador em campo nós conseguiríamos vencer.

Entramos para a segunda parte com uma grande atitude, o jogador indeciso teve uma resposta muito positiva e deu tudo em campo. Conseguimos dar a volta ao resultado e nesse momento foi quando o substitui. Ainda no banco tive uma conversa com o jogador e fiz-lhe ver que a reviravolta no jogo também tinha sido pela sua mudança de atitude e de muita vontade de ganhar como equipa.

18 de abril de 2011

1º História de um treinador amador

Vou tentar contar de vez enquanto umas histórias, que me foram e vão-me acontecendo neste percurso de treinador amador.


Estava como treinador adjunto de uma equipa sénior, as coisas não estavam a correr muito bem ao nosso mister (resultados negativos, problemas com os jogadores e alguma divisão no balneário, enfim nada de bom), a fase era crucial tínhamos 3 jogos pela frente para passar de série, íamos jogar a casa do 1º classificado e um resultado negativo deitava-nos por terra.

Chego ao 1º treino dessa semana crucial e sou informado pelo o mister e presidente que a partir desse momento seria o treinador principal.

Chamei os capitães da equipa e pedi-lhes a sua opinião, pelo que mostraram uma enorme satisfação e que estariam 100% comigo.
Tudo muito bem até aqui mas agora era eu, que tinha o menino nos braços, e qual seria a melhor estratégia para levantar a moral do grupo em vésperas de um jogo extremamente importante.

Então no último treino dessa semana, decidi começar o treino com uma palestra e por fim antes de ir-mos para o campo fiz um jogo (exercício) no balneário, que viria a unir todo o grupo e a fortalecer-nos para o resto da época.

Regras do jogo:
Dividi o grupo em dois.
A cada grupo dei-lhes uma missão.
Os grupos não sabem a missão dos outros.
Dividi o balneário imaginariamente ao meio e cada grupo ficou separado.
Quem cumprisse a sua missão daria apenas 5 voltas ao campo.
Quem Não cumprisse a sua missão daria 30 voltas ao campo.
Missão do grupo A: fazer com que os jogadores do grupo B passassem para o seu lado do balneário.
Missão do grupo B: igual ao do grupo A.
Podem fazer tudo excepto contacto físico.
Tinham 5minutos para cumprir o objectivo.

Começou o jogo e a desconfiança era enorme entre os dois grupos ninguém queria perder, inventaram todo o tido de situações para conseguir concluir a sua missão mas sempre em vão.

Acabou o tempo e aproveitei o fracasso dos dois grupos para lhes explicar que não estavam a ser unidos, que havia desconfiança na equipa e que naquele momento todos tinham perdido e iriam dar 30 voltas ao campo desnecessariamente, bastava terem falado,  uns com os outros e dizer qual era a missão de cada grupo e executa-la,  todos sairiam a ganhar. Esta seria a ultima vez que perderiam, o perde/perde nunca mais estaria no nosso horizonte mas sim o ganha/ganha.

Lá foram dar 30 voltas ao campo para reflectir. À passagem da 10 volta chamei a equipa e voltei a dar uma missão que consistia no seguinte: os 10 primeiros jogadores a dar uma volta ao campo e a passarem na linha do meio campo, eu retiraria o castigo das 30 voltas, aos outros somava mais 20 voltas o que daria 50 voltas no total.

Esta missão não foi mais do que por a equipa à prova e se de uma vez por todas estariam unidos.

Os jogadores deram a volta ao campo e ao chegar na linha do meio campo abraçaram-se e passaram todos ao mesmo tempo (foi emocionante aquele momento)

A partir daquele momento passei a ter uma EQUIPA.

Já agora para terminar fomos à casa do 1º classificado empatar e vencemos os dois últimos jogos, passando assim de série.